ATA DA SEXTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 27-01-2005.

 

 


Aos vinte e sete dias do mês de janeiro de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila e Neuza Canabarro, Titulares. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki e Professor Garcia, Titulares, e Comassetto, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib e Mauro Zacher, Não-Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 519 e 520/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 186/04, do Senhor Marcos Chagas Gomes, Coordenador-Geral do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 485/04, do Senhor Paulo Roberto Teixeira Guerra, Gerente da GTES/GEFIN/GF do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES; 539/04, da Senhora Elaine Rodrigues Santos, Ordenadora de Despesas do Ministério da Cultura; 10753, 10858, 10880, 10990, 11240, 11609, 11953, 12113, 12169, 12204, 12320, 12351, 12381, 12718, 015830 e 18648/04, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Comunicados nos 204933 e 215334/04, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Providências nº 086/05 (Processo nº 0657/05); pelo Vereador Comassetto, os Pedidos de Providências nos 064 e 072/05 (Processos nos 0554 e 0596/05, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, os Pedidos de Providências nos 093 e 094/05 (Processos nos 0678 e 0679/05, respectivamente) e os Pedidos de Informações nos 018 e 019/05 (Processos nos 0680 e 0681/05, respectivamente); pela Vereadora Maristela Maffei, o Pedido de Informações nº 020/05 (Processo nº 0689/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Providências nº 098/05 (Processo nº 0721/05). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo reportou-se à matéria publicada no jornal Zero Hora do dia vinte e quatro de janeiro do corrente, intitulada “A herança deixada pelo PT”, comentando o custo da locação do prédio da Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC, na Avenida Bento Gonçalves. Sobre o assunto, relatou ter visitado as instalações da FASC e observado as más condições do prédio, declarando que considera alto o valor cobrado pelo aluguel daquele imóvel. A Vereadora Neuza Canabarro debateu o Projeto de Lei do Legislativo nº 031/05, de sua autoria, que institui o cadastramento permanente de pessoas portadoras de necessidades especiais sem atendimento, noticiando a realização de reunião para tratar do assunto, no dia vinte e cinco de janeiro do corrente, nesta Casa, com a presença de entidades dispostas a firmar convênio com o Município e enfatizando a necessidade de se saber exatamente quais as entidades que estão sendo atendidas. O Vereador Luiz Braz referiu-se ao caso ocorrido no V Fórum Social Mundial, quando jovens militantes do Partido da Social Democracia Brasileira foram expulsos do local onde estavam acampados por outros participantes do Fórum, mencionando que estavam todos devidamente inscritos no evento. Em relação ao assunto, chamou a atenção para a atitude antidemocrática demonstrada na ocasião, atribuindo a causa desse fato a diferenças político-ideológicas. O Vereador João Antonio Dib questionou a gestão do Partido dos Trabalhadores junto ao Governo Municipal, registrando dificuldades da atual administração para acesso aos dados financeiros da Secretaria Municipal da Fazenda e dos Departamentos Municipais de Limpeza Urbana e de Habitação. Ainda comparou recursos destinados à Cidade em dois mil e três pelo Sistema Único de Saúde e os valores divulgados pela Prefeitura Municipal como verbas federais recebidas para a área. O Vereador Adeli Sell discursou a respeito da receptação de mercadorias roubadas e depositadas em ferros-velhos de Porto Alegre, asseverando que a participação dos receptadores é a base para a continuidade desse tipo de crime. Também, elogiou a ação da polícia, na semana passada, na qual agentes investigaram grupo especializado em roubar carros, a fim de verificar possíveis locais de receptação, e debateu a importância desses delitos no ciclo do roubo de veículos. O Vereador Comassetto destacou a importância, para o Município de Porto Alegre e para o Estado, da realização do V Fórum Social Mundial, mencionando manchetes de hoje, dos principais jornais, a respeito da caminhada de abertura desse evento. Ainda, contestou a postura adotada pelo Vereador Luiz Braz a respeito de discussão ocorrida entre jovens integrantes do PSDB, no Fórum Social Mundial, alegando que fatos isolados não se tornam relevantes perante a grandiosidade do evento. O Vereador Carlos Todeschini saudou a realização, na Cidade, do V Fórum Social Mundial, analisando incidentes observados entre jovens integrantes do Partido da Social Democracia Brasileira e grupos ligados a ideologias políticas de cunho socialista. Também, contestou pronunciamentos efetuados pelo Vereador João Antonio Dib durante Reuniões da presente Comissão Representativa, de críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo avaliou o Projeto “Bonde Histórico de Porto Alegre”, o qual prevê a instalação de linha de bonde entre a Praça XV de Novembro e a Usina do Gasômetro, manifestando-se contrariamente ao desenvolvimento imediato da iniciativa. Sobre o tema, argumentando a pouca extensão da linha, explanou que esse empreendimento deveria ser um projeto mais completo, também para melhorar as condições do tráfego no Centro da Cidade. O Vereador Adeli Sell discorreu a respeito do Projeto “Bonde Histórico de Porto Alegre”, esclarecendo que essa idéia é integrante do Programa Monumenta, de iniciativa do Governo Federal. Nesse sentido, salientou que esse Projeto possui cunho turístico, tendo como objetivo principal viabilizar um processo de qualificação do Centro da Cidade, e não solucionar as questões urbanas pendentes naquela área da Cidade. O Vereador João Antônio Dib abordou temas que, segundo Sua Excelência, são recorrentes nos debates sobre políticas urbanas em Porto Alegre, como o “Muro da Mauá”, a implantação do aeromóvel e a retomada do transporte por bondes. Nesse sentido, comentou a gestão do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal e defendeu a busca de um clima harmônico nos trabalhos deste Legislativo, para que sejam viabilizadas fórmulas que, de fato, beneficiem a população da Cidade. A seguir, o Senhor Presidente informou que este Legislativo integrará as cerimônias relativas à Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, no dia dois de fevereiro do corrente, registrando convite efetuado pelos Senhores Aldo Besson e Juarez Vasquez, respectivamente Provedor e Coordenador-Geral da Festa Nossa Senhora dos Navegantes, para participação dos Senhores Vereadores nas solenidades relativas a esse evento. Às dez horas e cinqüenta e um minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, pelo tempo que lhe cede o Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, no jornal Zero Hora do dia 24 saiu um relatório de algumas Secretarias, alguns Departamentos, mas em especial, fala sobre o custo da locação do prédio onde está instalada a FASC, na Av. Bento Gonçalves, nº 255, se não me falha a memória. Nós estivemos lá, fazendo uma visita à entidade, até para averiguar aquilo que foi declarado pela repórter que lá esteve.

Senhores, é um contrato firmado em julho de 1999, na época por 12 mil reais mensais, mais taxas; hoje, importa em torno de 22 mil o valor do aluguel. Duas coisas nós observamos. Primeiro: para alugar esse mesmo prédio, hoje, por 12 mil reais, só com muita reza, caro Ver. João Antonio Dib; só com muita reza para se locar esse imóvel, hoje, por 12 mil reais! E se não fossem as péssimas condições de instalações, nós ainda poderíamos perdoá-los. Mas o prédio, em si, não oferece as mínimas condições de trabalho. E aqui, meu caro Ver. Todeschini, o Partido dos Trabalhadores, me parece que deve-se preocupar, também, com as condições de trabalho dos trabalhadores. Lá, nós temos uma marcenaria, por exemplo, que sequer tem um exaustor, não atende às mínimas necessidades.

Eu visitei todas as instalações. A parte administrativa é uma escada parecida com a escada de Jacó, mas não é. É mais uma escada de São Pedro: vai direto.

A parte dos fundos, a da oficina, e a parte que instala alguns departamentos, com todo o respeito, é um galpão. As divisórias são feitas com este compensado (Mostra o compensado.). Pagam, hoje, 22 mil reais de aluguel por um prédio que tem as suas salas divididas com um material dessa qualidade, um compensado comum. Os trabalhadores não têm as mínimas condições. Segurança, nem se fala; risco de incêndio, nem se fala. E o mais grave é que os trabalhadores que lá estão aguardam a conclusão de sua sede, na Av. Ipiranga. É um prédio que está em reformas – há pouco passei por lá e vi apenas dois trabalhadores pintando.

Isso é uma irresponsabilidade, porque tão logo seja concluído esse prédio, vão deixar de pagar o aluguel. Isso é um desperdício do dinheiro público. Eu faço um apelo aos novos diretores da entidade para que façam o possível – nós tentaremos também – para que esse prédio seja entregue o mais rápido possível, para que os funcionários tenham melhores condições de trabalho, e a FASC pare de pagar esses 22 mil reais. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na última terça-feira, dia 25, nós realizamos uma reunião, nesta Casa, com as entidades que atendem os portadores de necessidades especiais; por que razão? Porque nós apresentamos um Projeto, que foi protocolado no dia 17, com a finalidade de se instituir um cadastro da pessoa portadora de necessidades especiais sem atendimento. Porque aquele que está sendo atendido, de uma forma ou de outra, está tendo uma cobertura no seu desenvolvimento. E nós, aqui em Porto Alegre, nos surpreendemos, porque em 1986, dezembro de 1986, e janeiro de 1987 fizemos um cadastramento de todo o portador de necessidades especiais - que na época se chamava de deficiência - que não tinha atendimento, e, com aquele diagnóstico, nós mapeamos as necessidades por bairro. Naquela ocasião foram, então, implantados - nós deixamos dois já funcionando e mais dois em fase de conclusão - dois Centros Integrados de Educação Municipal Especial, para atender essa demanda. Dezesseis anos após, nós temos o que hoje? Oficialmente, nós temos o cadastro do IBGE, de 2000, que dá o número de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais, mas não separa quem está sendo atendido e quem não está sendo atendido.

Aqui nós temos uma professora, que foi daquelas de vanguarda, lá da Escola Municipal Prof. Eliseu Paglioli, o que me traz boas lembranças. Eu diria o quê? Que nós temos uma necessidade de saber quem não está sendo atendido, porque, pela Constituição, nós temos a obrigação - o Poder Público tem obrigação - de atendê-los. Esse trabalho todo foi realizado e, felizmente, com uma participação muito grande; nós tínhamos 45 entidades confirmadas e compareceram 53. Os presentes colocavam que nunca tinham visto tantas entidades, e isso é graças ao trabalho que eles já conhecem. O que nós queremos propor? Além do cadastramento, nós queremos fazer uma rede de apoio a todos que possuem necessidades especiais. Essa rede de apoio se deve ao fato de que as entidades funcionam em situação precária, pela falta de apoio do Poder Público. E eu dou o exemplo do Educandário São João Batista, que tem capacidade para atender 200 crianças ou 200 pessoas com necessidades especiais e não tem mais do que 38. Por que razão? Porque faltam os profissionais, faltam os especialistas. E é possível de se equacionar isso através de um convênio entre o Município e entidade. O Tribunal de Contas recomenda sempre que esses convênios sejam feitos com contrapartida, então, seria por intermédio da cedência de profissionais, e nós teríamos, então, um atendimento de até 200 pessoas.

Essa rede de apoio é, na realidade, um diagnóstico das potencialidades. Nós queremos saber o diagnóstico da realidade, da demanda e quem não está recebendo atendimento; e a rede, com todo esse apoio, poderá ser equacionada dentro daquilo que existe, e propor ao Poder Público, ao nosso Prefeito que venha a atender. Porque depois de 16 anos é impossível que não tenha crescido essa demanda, quando o IBGE diz que, em Porto Alegre, 7,8% têm necessidades especiais, incluindo aí o superdotado.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente da Casa; Ver. Nereu D’Avila; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o gaúcho tem um orgulho muito grande do seu Rio Grande, e a coisa da qual ele mais se ufana é, quando ele sai fora do Rio Grande do Sul, poder dizer das belezas da sua terra, da hospitalidade da sua gente. E eu sou uma testemunha que pode realmente dizer que o gaúcho é um ser maravilhoso, porque eu fui recebido aqui há trinta anos - estou completando, neste ano, 23 anos aqui na Câmara Municipal –, e, realmente, eu só posso dizer muito obrigado ao Rio Grande do Sul, por tudo aquilo que fizeram por mim e pela minha família, pela minha gente; e eu procuro, no meu dia-a-dia, retribuir de maneira digna, de maneira honesta, todo o carinho que eu recebi. Por isso eu não consigo entender o que aconteceu aqui, no Fórum Social Mundial, com aquela barraca da juventude do PSDB, armada de maneira pacífica, depois de pagar 240 reais para se estabelecer ali, a taxa foi aceita por aqueles que organizaram o Fórum, e, de repente, surgiu uma moça com o distintivo do Partido dos Trabalhadores, de Fortaleza, e essa militante de Fortaleza pregava contra aqueles gaúchos do PSDB que estavam ali instalados! E, de repente, outras pessoas, de outras regiões – e, também, é claro, pessoas daqui –, ligadas aos movimentos mais à esquerda, começaram a incitar praticamente um linchamento daqueles jovens que ali estavam, que recebiam como frase: “Este aqui não é o seu mundo”. Então, o mundo que está sendo criado é um mundo de exclusões, onde quem pensa, Ver. João Antonio Dib, da forma como os radicais de esquerda, como os petistas, como os comunistas – estava lá um assessor da Verª Manuela, também, querendo linchar o pessoal do PSDB – pode permanecer neste mundo; quem não pensa não tem direito, não tem direito nem de ouvir, não pode estar presente nos locais onde eles estão fazendo as suas manifestações!

Poderia ser negada até a palavra, Ver. João Antonio Dib; mas negar a participação? E, principalmente, receber a taxa de inscrição e, depois, expulsar as pessoas! E expulsar gaúchos. Nós assistimos a uma coisa realmente bárbara, Ver. Elói Guimarães: pessoas com os distintivos do PT e do PCdoB - e outros de esquerda - expulsando gaúchos de um ato aqui no Rio Grande do Sul, num parque público.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado. Quando V. Exª falou do Fórum e referiu-se a uma sigla partidária, eu quero dizer que, quando do primeiro dia do nosso trabalho, eu protocolei um Projeto que tem como objetivo aprovar, legalizar o Orçamento Participativo, e este mesmo segmento tentou fazer isso com este Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas eu tenho certeza absoluta que a luta de V. Exa, que eu sei que é uma luta muito justa, vai chegar a bom termo. Nós, é claro, vamos discutir essa proposta aqui dentro, e eu tenho certeza de que ela vai chegar a bom termo, porque, afinal de contas, ela é muito racional.

As coisas que acontecem em nossa sociedade têm de estar legalizadas, têm de estar normatizadas, porque, senão, vira bagunça. É o que muitas vezes a gente vê aqui, bem ao nosso lado: uma bagunça estabelecida. E, infelizmente, alguma coisa que comercialmente é muito bem-vinda, porque, afinal de contas, movimenta o mês de janeiro; salva o comércio.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, quando eu fui Prefeito, um dia eu li na imprensa que os telefones do meu gabinete estavam grampeados. Eu olhei, li, e, perguntado o que eu achava, disse: “Olha, eu não tenho nada para esconder, e quem não tem o que esconder não tem medo. Então, pode deixar grampeado”.

Mas por que eu estou falando isso? A memória da Prefeitura foi fraudada. A memória da Prefeitura foi relegada a um plano que eu não consigo entender. Vivi a vida inteira na Prefeitura, os seus problemas, e nunca vi coisa igual. Por que retiraram os dados da Secretaria da Fazenda? Nem vou falar dos outros, porque também lá no Departamento de Limpeza Urbana fizeram e no Demhab também fizeram - no DMAE ainda não sei. Mas por que tirar os dados da Secretaria da Fazenda, necessários para que a administração pudesse continuar? Porque o normal seria isso: muda o Administrador, mas a Administração continua. Será que foi medo? Será que havia coisas para esconder? Como quando o Prefeito Tarso Genro assumiu a Prefeitura, depois de Olívio Dutra, mandou fazer uma auditoria, e esta constatou que uma balança, que pesava o lixo lá na Av. Sertório, durante quatorze ou quinze meses pagou a mais - em vez de quatorze, pagou dezessete toneladas mensalmente - e deu um prejuízo de um milhão de dólares para a Prefeitura. E aquela auditoria terminava dizendo que convinha à Prefeitura procurar os que receberam esse dinheiro para que devolvessem à Prefeitura. E aí, saiu uma nota na página três do jornal Zero Hora: “Não pesei o lixo, não emiti o empenho, não fiz o recibo; recebi o que me pagaram e eu não tenho nada para devolver” e ficou o assunto encerrado.

Ou será que aquela pergunta que fiz dezenas de vezes nesta tribuna, nas rádios, na televisão: onde está o dinheiro do SUS... Em 2003, o balanço da Prefeitura registrou 251 milhões de reais em recursos advindos do SUS; os meus levantamentos, trazidos a esta tribuna, levantados no Ministério da Saúde, diziam que chegaram a 427 milhões de reais! Achei que eles explicariam onde estavam os 176 milhões de reais e sempre disse que eu não estava fazendo uma denúncia, só queria saber como foi usado. Ninguém me respondeu, nem o Sr. André Passos, que era o Secretário de Planejamento do Município, aqui, neste plenário. Nas vezes em que estive na Prefeitura, respondendo pela Prefeitura, também não me responderam onde estava o dinheiro do SUS? Onde é que ele foi usado? Eu acho que ele foi usado, sim, mas onde e como? Eu já fiz um levantamento, ainda não está em definitivo, mas para o ano de 2004, há 500 milhões do SUS. O balanço da Prefeitura vai dar 280 milhões, mas é um levantamento que eu fiz e não quero afirmar que seja esse o valor definitivo. Pode até ser mais, pode ser até um pouco menos.

Então é por isso que eles tinham medo, mas os computadores são máquinas à disposição do homem para facilitar a vida, e a Fazenda era gerida por assessores, em cargos comissionados. Eu fico lembrando que, quando eu fui Prefeito, a maioria dos meus Secretários eram servidores municipais, sabiam tudo o que acontecia na Prefeitura, a grande maioria. Agora, os computadores não estão registrando, pois alguns dados foram levados e outros deletados. Não, a Administração não é isso! A Administração tem de continuar! Ninguém é dono da Cidade. Tem de continuar a Administração, tem de facilitar quem chega para administrar, porque todos aqueles que disputam uma eleição buscam realizar o bem comum, pelo menos eu penso isso, mas fico em dúvidas quando os dados são retirados.

Por isso eu acho que nós precisamos continuar esse debate. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Carlos Todeschini.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, obrigado, Ver. Todeschini, pela transposição de tempo. Ao Ver. João Dib, queria dizer que, mesmo não tendo concluído o final do ano como Secretário Municipal da Indústria e Comércio - eu saí no mês de abril -, ao ser convidado pelo novo Secretário a conversar, eu passei todas as informações possíveis num quadro total e absoluto do que é a Secretaria, do que foi a minha gestão, portanto eu cumpri um dever de cidadão e de ex-gestor público com a municipalidade - porque isso não se faz para o Governo, mas, sim, para a municipalidade; é assim que se age. E, sem dúvida nenhuma, tudo o que for aqui colocado e estiver ao meu alcance responder eu vou responder. Também tudo aquilo que é bom, que é bem feito, nós gizamos e reconhecemos. Por exemplo, a Instrução Normativa do Secretário Cristiano Tatsch de fazer com que a loja de atendimento da Secretaria da Fazenda não feche ao meio-dia é uma medida corretíssima, a mesma que eu adotei, com licenciamento da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio. Não tem sentido fechar ao meio-dia esse tipo de atendimento. Eu fiz assim, faz isso também agora o Secretário Tatsch, que tem os meus respeitos, a minha solidariedade e o meu apoio.

Hoje eu pretendo falar sobre um tema, aqui, que tratei de passagem na semana passada, mas que, dada a gravidade da situação, sou obrigado a retomar: o tema dos ferros-velhos em Porto Alegre. Eu não estou falando de empresas idôneas, eu não estou falando daqueles que trabalham há muitos e muitos anos com ferro-velho, com peças que podem ser ainda utilizadas, de automóveis aos quais foi dada baixa e dos quais sobraram peças que podem ser reaproveitadas; eu estou falando de receptação. Há, parece, um ditado, que eu vou tentar traduzir para o nosso linguajar: “Se não tiver receptador, não tem ladrão” - isso todo mundo entende. Na semana passada o 11º Batalhão da Polícia Militar, de Porto Alegre, comandada pelo Cel. Vanim, fez uma ação importante na Zona Norte: o seu grupo de polícia discreta acompanhou um grupo especializado em roubar carros – levam-nos para a garagem de um estacionamento, onde são depenados, indo o fruto do desmonte, depois, para um desses lugares que vendem peças usadas, ou supostamente usadas. Essa ação policial tem que ser, aqui, elogiada, tem que ser marcada como uma ação que deve ser feita por toda a nossa Polícia. Quando o Delegado João Paulo Martins estava no DEIC e eu na Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, nós iniciamos, com entidades e outros órgãos públicos, uma ação muito importante.

Naquela feira que há ali na Av. Sertório, nos finais de semana, aos domingos, nós fizemos uma ação com mais de 200 pessoas; naquele dia, quatro automóveis roubados foram presos ali, houve 50 irregularidades constatadas. Ou seja, Porto Alegre está se tornando um lugar em que há encomenda de peças, há encomenda de carros, os carros são roubados, não vão para o Paraguai, vão para os ferros-velhos, e o pior é que a Secretaria da Fazenda do Estado, que pode exigir a nota, não fez absolutamente nada. Por causa dessa negativa da Secretaria da Fazenda, esse trabalho do DEIC, na época, o trabalho que eu fiz na Secretaria não foi adiante por omissão da Secretaria Estadual da Fazenda, que continua com a política de sempre, de apenas usar o computador e fiscalizar quem tem CNPJ e quem tem endereço fixo.

Se fosse feita uma ação na Zona Norte e na Leste, no mesmo dia e na mesma hora, nós acabávamos, pelo menos por seis meses, com essa bagunça, com essa afronta que são os roubos de carros; carros depenados, carros levados para esses locais, e as peças ali vendidas. Na semana passada, um motorista da SMIC foi tirado à força de dentro do automóvel – um carro locado -, o carro foi encontrado no dia seguinte, completamente depenado, na Zona Leste. Meu caro Presidente, nós precisamos continuar essa batalha; que a nossa Secretaria de Segurança dê condições ao DEIC, à Brigada Militar, no sentido de fazerem um trabalho para acabar com o roubo de carros em Porto Alegre, pois, hoje, nossa Cidade é campeã nesse tipo de ocorrência. Esses carros não vão mais nem para o Paraguai; é moleza; são vendidos em qualquer esquina. As pessoas compram estepes novos, tinindo, de carros que são roubados. Isso tem de acabar. Nós vamos continuar vigilantes, nós já sabemos de alguns locais em que isso ocorre, estamos conversando com a Brigada Militar, e os ladrões não perdem por esperar, vão estar cadeia. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa, quem nos assiste, cidade de Porto Alegre. Hoje Porto Alegre é uma cidade que está em festa, apresenta-se na maior festa da democracia que acontece no planeta Terra. Meus prezados Vereadores e Vereadoras, isso não é pouco para Porto Alegre, no que se refere ao contexto mundial. Está nas manchetes de nossos jornais de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (Lê): “Marcha do Fórum reúne 200 mil pessoas em Porto Alegre” - jornal O Sul. No jornal Zero Hora (Lê.): “Porto Alegre se abre para o mundo”. No jornal Correio do Povo (Lê.): “Fórum Social Mundial é aberto com marcha histórica”. No jornal do Comércio (Lê.): “Passeata na Capital abre encontro”. Duzentas mil pessoas de todo mundo apresentam-se aqui em Porto Alegre. Eu quero fazer aqui essa discussão e trazer para esta Casa, para esta tribuna, o equívoco da postura registrada aqui pelo Ver. Luiz Braz. Se nós temos 200 mil pessoas de todas as raças, de todas as etnias, um grande número de representações políticas, o que significa isso dentro de um contexto da afirmação, da discussão em nível mundial, da questão da tolerância, da questão da busca da paz, da questão do reconhecimento da diversidade cultural, política, religiosa?

Quero trazer aqui um episódio que é verdadeiro e gostaria de registrar que nós não avalizamos episódios conflituosos, que existem, sim, sob o ponto de vista da reação e da energia da juventude. Com relação a esse episódio acontecido com alguns militantes do PSDB, colocado como se fosse uma centralidade, uma postura de exclusão por parte da organização do Fórum, é um equívoco querer trazer isso para esta Câmara como uma bandeira política, querendo desconsiderar esse monumento da democracia que está sendo construído. E aqui temos, de uma vez por todas, de fazer uma afirmação, uma correção, e outro equívoco que é trazido aqui para esta tribuna. O Fórum Social Mundial não é um fórum social do PT, do Partido dos Trabalhadores; ele é um Fórum Social Mundial, sim, da democracia e de todas as forças políticas que assim o entendem. É correto dizer, sim, o Fórum Social Mundial foi um evento, e é um evento em nível mundial, que foi constituído e criado pela Administração Popular, ou administrado pelo Partido dos Trabalhadores e seus Partidos aliados que construíram essa visão, essa construção democrática. Não tenho por que negar e não reconhecer isso. Agora, dizer que o Fórum é um espaço do Partido dos Trabalhadores, isso é um equívoco; ele é um Fórum da democracia. O Ver. Luiz Braz veio aqui a esta tribuna, hoje, repetir esses equívocos. Quero trazer aqui um dos princípios que devemos buscar para que um outro mundo seja possível, chama-se tolerância. E a tolerância tem de ser também transmitida aqui nesta Casa, Sr. Presidente, como uma postura da construção da democracia, do avanço das relações entre os povos, do entendimento entre os diversos conceitos que existem, em nível mundial, na busca da sustentabilidade, que se constrói tendo tolerância entre relacionamentos dos diversos povos do Mundo. E nós temos, Ver. João Dib, conflitos mundiais, hoje históricos, árabes e judeus. Nós aqui, nesta Casa, nesta Cidade, neste País, convivemos com isso como um sinal de avanço e de respeito da tolerância da democracia. E nós, aqui em Porto Alegre, como Legislativo, temos de recepcionar, receber os povos do Mundo e não trazer pequenas seqüelas que acontecem à luz da energia da juventude, colocando isso como se fosse uma referência sob o ponto de vista da intolerância. Está equivocado quem afirma isso. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assistentes da TVCâmara, eu não pretendia me manifestar hoje, mas vi que se faz necessário. Em primeiro lugar, temos de reconhecer a importância e o fato de reunir 200 mil pessoas na cidade de Porto Alegre. Isso é um fato singular: 200 mil pessoas é uma sexta parte da Cidade praticamente que se apresenta durante uma semana, dez dias, doze dias. E não é, e não será o ato provocativo de 12 pessoas que vai manchar a grandiosidade do evento.

Imaginem só, senhores e senhoras, se oito pessoas do MST fossem acampar num terreno da Farsul ou num terreno da FIERGS, o que aconteceria? Certamente iam ser escorraçados, talvez com razão, pela natureza de pensamento e de valores envolvidos. Mas não é só o fato de eles estarem lá num território que é público, o problema é que transgrediram de forma provocativa a estada lá, quando não era permitida pela organização a locação de espaços para Partidos. E foi o que fizeram, de forma provocativa. Não estamos aqui advogando em nome de ninguém, mas apenas alertando que o ato, a iniciativa e a provocação teve conseqüências, a qual nós condenamos inclusive. E os responsáveis por isso devem ter responsabilidade e consciência de que não devem proceder dessa forma. Porque aquele é um espaço público, democrático, sim, mas não é espaço para provocação e arrivismo, que é o que a gente viu por parte da juventude do PSDB.

Em segundo lugar, meu amigo e respeitável Ver. João Dib, eu não posso concordar com o que V. Exª disse aqui, na Reunião da semana passada - sobre um desmerecimento a uma série de atos relacionados a investimentos feitos na Administração Popular, ou quando V. Exª se referia dizendo que parecia que a vida só existia no Governo do PT. Não! Reconhecemos, sim, que a Cidade teve um acúmulo de conquistas, de vitórias, de construções importantes, mas teve um destaque, sim, nesses 16 anos de Administração Popular, porque foram investidos mais de dois bilhões de reais através do Orçamento Participativo. No saneamento foram investidos mais de 600 milhões de reais, o que dá uma média de mais de 40 milhões de reais por ano, em que obras importantes deram continuidade à infra-estrutura do abastecimento de água e saneamento da cidade.

E, agora, quando V. Exª faz uma manifestação, dizendo que foram deletados dados dos computadores, eu digo que teria muito cuidado em fazer essas afirmações, porque, muitas das coisas que estão sendo pedidas, não sabem o que estão pedindo, e se as respostas são adequadas aos pedidos. Ou como ontem, quando recebi a visita de uma pessoa técnica, importante, que estava coordenando um projeto, no qual exercia uma liderança sobre um conjunto de pesquisadores, os quais tiveram seus materiais de trabalho retirados de modo violento, e sendo acusados de estar desviando materiais, computadores, e fazendo atos delituosos contra o patrimônio público.

Talvez, aqueles que afirmam determinadas coisas, não estejam preparados, não tenham se preparado suficientemente para assumir a grandiosidade das tarefas que tem pela frente.

Tenho toda a tranqüilidade, em nome do meu Partido e da Frente Popular, para dizer que todos os nossos atos são transparentes e sustentáveis, e não admitimos esse tipo de atitude, nos imputando responsabilidades sobre coisas que não temos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Vereadores aqui presentes, agora deparamos com mais um Projeto: o bonde (Lê.): “Trensurb espera análise”. Esse Projeto, pelo que se viu, é a volta do bonde partindo da Praça XV até o Gasômetro. Eu fico a pensar que daqui a pouco vamos ter também alguma coisa parecida com o aeromóvel.

Evidentemente que a cidade de Porto Alegre espera há muito tempo a Revitalização do Centro, espera há muito tempo a incrementação do turismo; Porto Alegre, realmente, precisa mudar. Porto Alegre está pronta para receber os novos Projetos. Mas eu imagino que seria muito melhor se essa obra fosse um pouquinho mais completa, Ver. Dib. Se esse bonde pudesse, quem sabe, circular um pouco mais, na medida em que pudesse colaborar com o transporte coletivo. Já que estamos há tantos anos falando na Revitalização do Centro, por que esse bonde não vem para colaborar com o transporte coletivo? Como é que vai ficar uma linha com mil, mil e poucos metros? Será que nós temos demanda para isso? Será que vale a pena nós mexermos em toda a estrutura do Centro só para uma linha tão curta assim? Será que não valeria a pena ser um Projeto mais completo, em que nós pudéssemos ver o Centro desafogado das linhas de ônibus? Será que não está aqui a esperança dos moradores do Centro de Porto Alegre que não podem mais suportar a poluição pela quantidade excessiva de ônibus que ali transitam, pelas dificuldades que os ônibus trazem às pessoas que moram ali na Av. Salgado Filho? Será que valeria a pena nós deixarmos um Projeto - com todo o respeito - pequeno, quando poderia ser grande e atender, quem sabe, um pouquinho mais da nossa Cidade? Por que não até o Parque da Redenção? Por que não até a Rodoviária? Será que não é a oportunidade dos Governos Federal, Municipal e Estadual reavaliarem essa linha de bonde e fazerem um Projeto mais completo para Porto Alegre?

Sr. Presidente, caros Vereadores e Vereadoras, eu acho que vale a pena pensarmos sobre isso antes do início da obra. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em boa hora o Ver. Bernardino Vendruscolo traz à tona essa discussão do Projeto do Bonde. Esse Projeto está dentro do Projeto Monumenta. É um Projeto do Governo Federal que incide sobre obras do Governo do Estado e da Municipalidade. A primeira obra concluída foi a Entrada do Cais do Porto Mauá, inclusive com a presença do Ministro Gilberto Gil, o que todos devem lembrar. O bonde será um bonde turístico. Não há, hoje, a não ser uma grande modificação no tecido urbano central para colocar um bonde com uma expansão maior do que esses mil e poucos metros citados aqui pelo Ver. Bernardino. Trata-se de uma linha turística, dentro daquilo que se denomina o corredor cultural da Cidade, porque nós temos ali, além do magnífico Mercado Público, a nossa Prefeitura, o Santander Cultural, o Memorial, o MARGS, a Casa de Cultura Mário Quintana e a própria Usina do Gasômetro. Portanto, esse é o objetivo, está dentro de um projeto.

Iniciam-se, em seguida, algumas obras já na Praça da Alfândega. Haverá uma modificação em vários aspectos, inclusive em relação àqueles artesãos que ficam ali de uma forma mal colocada.

Dentro desse aspecto tem, agora, algo que vai engrandecer ainda mais o entorno da Praça da Alfândega, que é a Caixa Econômica Federal com o seu centro de eventos, o Centro Cultural Caixa Econômica Federal, no antigo cine-teatro Guarani. Portanto, Ver. Bernardino, está dentro de um processo geral de qualificação do Centro da Cidade de Porto Alegre. Na verdade, quando nós dissemos revitalização, nós estamos até errando. Eu sempre usava esse termo, também, Vereador. Porto Alegre é uma cidade muito viva, muito dinâmica, o que nós precisamos é qualificar, tirar o camelô da calçada, acabar com a venda de produtos ilícitos pelo Centro, adequar o engraxate. Com relação aos engraxates, nós fizemos uma parceria com o Banrisul que colocou novos equipamentos, inclusive roupa adequada; aquela bagunça que havia na Av. Borges de Medeiros e na Rua Otávio Rocha, com os nossos engraxates, foi modificada completamente. Um equipamento muito simples que o Banrisul forneceu, com as pessoas usando um guarda-pó adequado, com uma camiseta adequada e assim criou um novo aspecto. Está longe de estar perfeito, porque aqui todo mundo sabe, a começar pelo Ver. João Dib, o quanto eu sou encrenqueiro. Às vezes, eu sou encrenqueiro com ele mesmo em certas questões que têm de melhorar na Cidade e que nós temos uma cultura que, muitas vezes, não ajuda nessas modificações.

Nós temos um grande conservadorismo em Porto Alegre que só me parece que é no Rio Grande do Sul, porque, abaixo do Rio Mampituba, de vez em quando, a gente acha que é perfeito em tudo, e não é bem assim. Então, aí precisa haver um conjunto de melhorias. Vereador Bernardino, esse processo do Projeto Monumenta continua na nova gestão, inclusive a coordenadora do Projeto Monumenta não mudou, e quero fazer um elogio à Administração por fazer a continuidade do Projeto Monumenta; não tendo, portanto, quebra, porque é uma pessoa que é técnica, conhecedora da área que está fazendo esse processo, que é o Projeto Monumenta. Nós precisamos de pessoas que conheçam profundamente essa área.

Agora volta-se novamente ao debate sobre a área portuária, só que se esquece do seguinte: em março do ano passado, eu fui um dos cinco votos, porque era do Conselho de Autoridades Portuárias, e nós votamos a desafetação do Cais Mauá. Grandes projetos foram feitos e esqueceram que o Cais Mauá era exclusivamente porto; agora, não, ele é porto, é comércio, é turismo. Modificou-se no ano passado, desafetou-se, portanto, essa área. Hoje podemos pensar em fazer outras coisas no Cais Mauá, que não apenas área de porto. Portanto, é um bom debate, V. Exª nos instiga a dialogar, discutir e fazer um grande trabalho.

Eu vou lembrar aqui, para concluir, meu caro Presidente, que além do porto ter que ser qualificado, revitalizado, - agora sim, o porto revitalizado, e com outras funções, inclusive funções turísticas, como o porto Madero, na Argentina -, não podemos esquecer do abandono do Estaleiro Só que hoje está largado para a marginalidade, com cobras e lagartos tomando conta dessa área nobre da Cidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há alguns assuntos que são recorrentes aqui na Câmara - eu comentava com o meu amigo Zé Valdir -, como é o caso do Muro da Mauá. Sempre tem alguém querendo derrubar o Muro da Mauá. Chuvas como as que ocorreram naquele ano de 1941, segundo os doutos, acontecem a cada 380 anos. Mas eu não tenho 380 anos e já vivi o problema do Guaíba duas vezes depois de 1941: em 1967, quando as águas chegaram até a Praça Montevidéu, e em 1983, quando eu tive que fechar os portões – dizem que não fecham, falta manutenção, mas fecham, sim. Em 1983, quando eu era Prefeito, com a Defesa Civil do Município, fechei os portões, sem problema nenhum. Não foi fácil.

Outro assunto é o aeromóvel. Há sempre alguém querendo trazer uma solução para o aeromóvel, uma linha. Eu não sou contrário a isso; só que está difícil. Quando eu fui Prefeito, eu propus que se fizesse, para mostrar que funcionava, uma linha do portão do cais do porto até o Parque Marinha do Brasil, para aproveitar o que já existia e ampliar um pouco para dar a credibilidade que ele deve ter, e tem. Mas queriam passar pela Av. Borges de Medeiros e eu disse: “não passa em baixo do viaduto e não vou fazer passar na Av. Borges de Medeiros, porque não tem sentido”.

O outro assunto é o bonde. No dia 8 de março de 1970 eu era assessor e engenheiro do Prefeito Telmo Thompson Flores e, lamentavelmente, por algum motivo, eu não participei da última viagem do bonde em Porto Alegre. E eu acho que aquela foi a última viagem, mesmo. Hoje, temos uma Cidade com quase um milhão e meio de habitantes, mas temos a circulação de mais 500 mil pessoas. Temos 650 mil veículos nas nossas ruas. Não dá mais para fazer a linha do bonde, lamentavelmente. Não é só chegar, botar um trilho, colocar o bonde em cima e sair andando. Ontem mesmo, ouvi o meu amigo Barth aí dizendo que deveria ser restabelecida a linha Duque; seria interessante, mas não é mais possível na Cidade de um milhão e meio de habitantes, e onde circula muito mais gente.

Outra recorrência é o PT afirmando que os doutos são eles, que tudo aconteceu com eles. Meu querido amigo Todeschini vem a esta tribuna e diz que os que assumiram a Prefeitura agora não sabem operar os computadores, falta a eles competência. Não, competência havia antes, durante e depois; eles não encontraram o que operar; é muito diferente.

Vir aqui e dizer que gastaram 600 milhões em saneamento, claro, cobrando uma tarifa supercalculada, tanto é verdade que sobra dinheiro para emprestar para a Prefeitura, recebendo uma taxa de pluvial, que não existia, e essa taxa de pluvial foi criada exclusivamente para fazer estações de tratamento, deveria ter mais do que aquela da Zona Norte, em que os emissários já estavam prontos, então, é muito fácil.

Agora, na verdade, o que eu queria falar - vou terminar não conseguindo tempo, Sr. Presidente -, mas eu queria falar das pessoas que ontem caminharam nesta Cidade buscando a paz .

Eu tive o prazer, ontem à noite, de participar de um jantar em que havia um professor árabe e um professor judeu, os dois defendendo a paz, mas dizia um deles: “a paz será conquistada pela sociedade e não pelos governos”. Então, nós precisamos entender, todos nós, na Câmara Municipal, temos de nos entender, porque a Cidade é que está esperando de nós, ela está esperando soluções, e nós não podemos ficar aqui brigando. Se tiver que brigar, eu vou brigar, tenho dados, tenho memória, tenho vivência, mas eu não quero brigar. Acho que nós podemos construir - como o professor árabe e o judeu falaram ontem, na Sociedade Libanesa, na frente do Vice-Presidente da União Israelita, que também se pronunciou -, buscando paz. Acho que nós, com a paz, estaremos construindo a Cidade sobre a qual nós temos muita responsabilidade. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Vereadores inscritos. Visivelmente não há quórum para ingressarmos na Ordem do Dia.

O Provedor da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, Aldo Besson, e o Coordenador-Geral da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, Juarez Vasquez, e os casais festeiros convidam os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras a participar da procissão que ocorrerá logo após a missa que se realizará na Igreja Nossa Senhora do Rosário, quando a Santa deverá retornar ao Santuário Nossa Senhora dos Navegantes.

À Câmara Municipal, pela sua Presidência, correspondeu abrir as cerimônias da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes e participar de todos os atos que se desenvolverão. Fica o convite a todos os Vereadores para, no dia 2 de fevereiro, participarem da festa da Cidade, que reúne na procissão e nos festejos em torno de meio milhão de pessoas.

Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se Reunião às 10h51min.)

 

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